quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Vida vazia

Sérginho não tinha Deus no coração. Não. Ele não tinha e isto podia ser provado pela sua falta de caráter. Todas as vezes em que pensava em alguém, nunca era alguém certo! Não tinha as pessoas que deveria amar em sua vida. Assim ele sempre se perguntava. "Quanta sorte ainda tenho!" E mesmo assim ele não mudava. Coisas acontecem por acaso? A vida é celebrada por acaso? Talvez não. Talvez seja um leve toque no sopro do vento, quando você ajuda a soprar. Mas Deus não precisa de ajuda! É. Sérginho sempre se perguntava se deveria realmente existir sua sorte.
Não tão distante dali outra pessoa estava na luta. A certeza que João tinha nos olhos trazia para junto de si todas as pessoas certas, mas a sorte (que sorte?) era a vilã. Merecia estar no topo! No alto do seu próprio topo, que não é necessariamente o topo do mundo, mas é um topo.
João vivia cada dia como se fosse o último. Já Sérginho sempre esperava pelo dia seguinte (o último?). João perseguia sua vida com amor, seu amor. Sérginho era prepotente e tinha a certeza de que o amor sempre viria pra ele da pessoa a quem Deus ("que Deus?" - ele ainda se pergunta) o confiou.
"Onde estou cá neste escuro céu de março? Cada dia me faz pensar que pode ser mais e mais, mas onde estou? Este nó que trava minha garganta, com estas lágrimas retraídas e meus olhos tapados." - Sérginho conversava consigo mesmo. Estava sentado em seu sofá macio na cor rubi. Paralelamente lia uma edição mensal de sua revista favorita (e não adequada ao estilo de vida que deveria ter - cabe aqui esta informação) para ser mais disposto lá fora. Os cachorros latiam lá fora e em determinada hora ele não mais se concentrava em sua leitura e nem se lembrava do que havia pensado anteriormente.
Aqui começa sua vida. O como ela se desenvolve. Falta fé (em Deus?) e falta perseguição.
João acorda tão cedo que não dá tempo de ler coisas banais. Este merecia estar em sintonia com o sucesso!