quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Sonho

"Cale-se Helena..."

'Não era para ter sido tão rígido, mas assim dormiu e alçou vôo para aquele distinto local. Era pouco mais da meia noite. Estava absorto em contar estrelas. Ia de uma em uma dando nomes...
'Queria um colo quente, queria uma boca ausente e assim seguir adiante em busca do que tanto queria. Dormiu enfim sem saber onde chegaria.

"Por que deste lado de cá está tão frio?" - questionava ele...
"Deve ser por que você está com os olhos sempre fechados. Ainda é de dia homem! Acorde!" - chamou sua atenção com vigor e, levantando-se, foi ter com as galinhas uma conversa.

"Vocês se importam se eu retirar daqui este ovo?" - ela apontou um ovo daquela cesta donde a cada meia hora caia mais um -  "É que estou com muita fome hoje. A noite foi longa..."

'E as galinhas apenas diziam:

"Có có có, cócócócó có..."
"Isso deve ser um sim" - dizia ela para si.

"Você está bem, Clara? Conversa com as galinhas desde quando?" - intrigado, perguntou colocando sua mão na testa dela.
"Ah... deve ser desde que eu era pequena, Sérginho. Minha mãe me ensinou a não menosprezar nem um bichinho que seja"
"Olha!" - ele apontou a aurora bureau que se mostrava tão intensa no horizonte - "Como é o nome daquilo mesmo, ein Clara?"

'Tudo ao redor deles ganhou cores. A morte se aproximava e sentia remorsos. Teria de escolher num piscar de olhos. Não havia mais tempo para nada.

"Dorme, querido. Amanhã temos de levantar cedo para trabalhar"
"É. Precisamos mesmo, mas é que estava tão bom hoje. Parecia estar tão longe contigo. Numa praia deserta eu acho" - ele mantinha os olhos nela e ela nele.
"Que delícia ouvir isso... vou dormir até mais leve" - ela encerrou e fechou os olhos... nem ouviu as últimas palavras dele.
"Eu amo seu jeito..."

"Ahhhhhhhhhhhhhhhh....

"Que foi cara? Está tudo bem?" - alguém que dormia perguntou.
"Tudo bem nada. Acordei sem dar o beijo de boa noite"
"A quem?"
"Esquece... o café já está pronto e já são seis da manhã"

domingo, 6 de setembro de 2009

Dia suave

Você estava viva! Tão viva e sã neste momento em que fui me aproximando. Não via horas, nem dias e nem espaço-tempo. Seu corpo sereno e limpo ali estacionado, sorrindo talvez pela minha loucura. Um dia não seria uma noite se não fosse a transição entre o que é certo e errado, o sol e a lua, compreende? Talvez e quase certo que não... você é tão cética com as coisas que rodeiam as pessoas insanas que nem percebe o que se passa deste lado de cá. A gravidade com que você me deixou. As faces amigas são incapazes de me fazer sorrir tão singela e maduramente quanto apenas a lembrança do seu perfume natural.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Casório de uma singela

O sol despontava quente na manhã de 23/05/2008. Madalena acordou com o canto do galo da sua vizinha e futura madrinha, Ana Jacó. Aninha, como era conhecida nas redondezas do bairro pobretão Pintolhas do Agreste, tinha severos cuidados com o galo Pimpão, tanto que ele não falhava em um só segundo. Seis e meia com mais trinta e cinco segundos, era sagrado, o galo se estrebuchava tanto mantendo suas asas abertas, que certas vezes chegava até mesmo a tossir. Bom. Madalena não se viu ainda no espelho, pois queria o banho tomar. Desceu as escadas de vidro fosco e foi se banhar na bacia posta de lado na porta dos fundos da casa. Ninguém a via se despindo, era muito cedo e a vizinhança não tinha o costume de se render aos agouros do velho Pimpão. Nem mesmo Madalena tinha este costume.
Passou cuidadosamente o sabão pelo corpo, centímetro por centímetro ‘Uribaldo vai ficar porreta quando me cheirar, ah vai!’ – dizia sozinha e passava novamente o sabonete por onde já havia se lavado. Ficou assim se repetindo a lavagem corporal por mais meia hora. Chegou ela até mesmo “pescar” com a bucha de banho na mão direita. Acordou num supetão tremendo que jorrou água por toda a saleta transformada em banheiro de luxo.
Subiu as escadas novamente e desta vez, já cheirosa e corada, foi ao espelho. Estacionou os olhos e sorriu. Era o dia. ‘Sim. Este é o meu dia. Ah danada... Tu finalmente conseguiste! O teu homem lá te espera... Aos pés do Divino para te dizer o SIM! Alarga este sorriso menina – dizia para si frente ao espelho – e te arruma feito a mais bela das princesas! Aiai’. A campainha tocou, era sua mãe.
– Vamos! Estamos atrasadas mamãe!
– Calma minha filha... Ainda é muito cedo!
– Eu sei, mas não quero deixar de me preparar em nenhum pedacinho só que seja! Uribaldo me espera toda linda lá no altar do Divino!
– Onde tu foste encontrar tamanho nome de homem? Eu ainda me pergunto. Que nome mais estranho... Somente você poderia realizar tal feito, Madalena, minha filha.
–Mãe! – chamou a atenção da velha – estamos atrasadas e a senhora aí falando sem parar. Vamos!
Lá pelas tantas da tarde, por volta de 18h30, estava tudo pronto. Madalena veio vindo pela escada e seu batom vermelho despontou através da brancura da parede. Havia ali embaixo na sala mais umas dez mulheres. Eram as primas, tias, amigas e vizinhas, além da madrinha Ana Jacó. Desfilou como se estivesse a caminho do altar. Assim que chegou à porta de saída deu uma última olhada para sua casa de solteira. Sua futura casa já estava pronta nos fundos da casa de sua sogra, dona Serafa, no bairro do Pontão Alto. Entrou no fusca 82 emprestado do tio-avô e dirigido pelo seu primo, Roberto, que estava todo emperequetado em trajes de motorista executivo e até mereceu elogios feito pela noiva.
Já à porta da igrejinha todos ansiavam a chegada da noiva. Uribaldo não se continha de emoção. A banda começou a tocar a marcha da noiva enquanto todos se levantaram. Ela foi entrando em passos firmes, mas seu pai não a carregava, pelo contrário, ele enlouquecia, ‘minha filhinha! Não!’ Seu Nestor deitou-se à beira da igreja do lado de fora e colocou um cinzeiro de lado, acendeu um cigarro e gritou.
A música parou. Uribaldo tentou ver o que era o barulho e correu em direção à porta principal com medo de que sua amada estivesse passando mal. Quando pôs os pés do lado de fora não acreditou no que viu. Madalena estava deitada ao lado do cinzeiro com os lábios colados. Ela observava o céu e dizia: ‘viemos todos de lá, não é papai?’ ‘sim minha filha, sim minha filha’ ‘e porque o senhor não me disse antes?’ ‘não sei, apenas me deixaram claro hoje de que você partirá amanhã, a lua de marte é linda vista de seu satélite principal’ ‘não faça isto hoje’ ‘é... sei não’.
Uribaldo ficou parado perto de sua ex-amada terráquea. O fotógrafo apenas conseguiu focar os seus pés e sua tosca caminhada. Ela era ainda mais linda e sua cabeça estava ainda mais á beira da loucura.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Caminho Intricado

Estavam sentados na pedra à beira da prainha quando um vento de sul os cortou os olhos. Cabedelo apresentava serenidade absoluta na face, mas seu coração estava farto de mentiras, de atrocidades e revezes que o colocava frente a frente com seu maior pesadelo.
Nanda o olhava sem pretensão ou desejos, mas, mesmo assim o olhava. Esperava por alguma palavra, alguma solução para o indissolúvel. E quando o vento se aquietou ele olhou para o céu, passou sua mão direita pela pedra lisa e depois a mesma mão no rosto, fitou-a com ingratidão e abriu a boca:
- Não posso mover meus passos por esse atroz labirinto – começou – nem mesmo para explicar-lhe o que houvera com este coração. Na vida somos todos mágicos e, em algum momento insano, acreditamos na mágica que fazemos.
- E você acredita mesmo ser um mágico? – ela perguntou com um riso desleixado nos lábios.
- Não. Sou o que chamam de ‘hipócrita’! Não posso mover meus pés nisto tudo que me arreda. Cada canto está cercado por uma pétala que secou. Parte de uma flor que por aqui passou e me dixavou, concordando com minha investida desmedida e, digamos, quase perfeita. Era pra ser um coração imenso, como parte de um sistema perfeito de amor! Foi passando o tempo e nada acontecia, coisas iam e vinham e nada me aparecia de novo – Cabedelo parou de falar e olhou a Ilha Bela ao fundo, apertou os olhos e suspirou – era pra ser algo imenso, realmente imenso, mas acabei aqui neste labirinto de vida. Coisas vêm e vão e este pedido de socorro ainda me acomete.
- Você está perdido? – perguntou franzindo a testa e logo após desfazendo da dúvida – Sentimento estranho e desmedido ceifando sua coragem. – ela deu de ombros – Você não pode se esquecer de que os labirintos servem de caminhos estritamente atraentes e sensuais.
- O que há de sensual num labirinto?
- Pode ser uma verdade inscrita de forma confusa e insana, mas que está lá. De uma forma ou de outra aparecerá como uma verdade doce. Antes amarga pelo que traz na boca úmida de ódio e ressentimento. Você pode sim mover seus passos por este labirinto, pois como você me disse, as pétalas estão lá, e mesmo secas ainda perfumam o seu desconhecido. Faça a sua mágica! O que ela quer realmente de você?
- Talvez me afeiçoar às mentiras. Ainda estou aqui. Preciso achar a saída! Não vou poder mover meus pés por este labirinto, me desculpe, mas posso flutuar pelos cantos até achar a porta, e que seja a de saída, não a que me adentra no coração dela novamente...
- Boa sorte!
As águas arrastaram os dois como cinzas... e ele foi carregado pelo vento norte desta vez. Acho que nunca mais vai achar o caminho de casa...

terça-feira, 28 de abril de 2009

Uma viagem ao preço da vida

─ Estão aqui! – Agnes sussurrou com a voz intensa – Observe aquelas nuvens, como que o céu está sendo rasgado por uma espécie de átrio. E o céu estava sendo rasgado misturado a um som extremamente surdo. Um livro despencou do sol, mas o fez escurecer tão rapidamente que choveu. Melanis cobriu os olhos quando viu que muitos olhos despontavam do céu para admirar a Graça e a Paz daquele que foi a referência desde Sempre. O clarão foi muito forte! ─ É normal estarem todos aqui? – Melanis perguntou pra Agnes sem tirar os olhos da sua ferida aberta. ─ Não sei se é. Corre, corre Melanis. Vamos! Levante-se! ─ O que está havendo? ─ Veja este fogo! – o livro estava a postos a meia altura da cruz. ─ Precisamos voltar, pois Deus não vai querer saber de nossa vinda, mesmo que por causas científicas. Quebrar a linha do tempo nos fez envelhecer e logo teremos que prestar contas. Agnes estava em transe. Os dois corriam depressa, mas não se afastavam nem um pouco do local sagrado. ─ Pare Melanis! Veja o livro, como está ainda mais brilhante! Será o original que pertence a Deus? ─ Agnes, este livro pertence aos homens mais raros. Talvez nenhum deles sequer esteja vivo. Não como nós pensamos estar, mas sim na forma que Deus lhes deu luz e força sem limites e a mesma força e luz que deu a seu maior Amor que ora parece morto e ora sabemos que dois mil anos não são suficientes, para que saibamos que nunca esteve morto! ─ Vamos! Vamos embora! Agnes! – Melanis gritou, mas já era tarde. No deserto os dois corpos estavam atirados e sem rumo. Não eram raros, nem por atravessar a linha do tempo. Vir de 2009 para o ano de Cristo! Nunca! O sol apenas os queimava, mas a mesma luz estava no alto e as páginas eram viradas rapidamente e um canto ecoava em coro. Não tinham movimentos em parte nenhuma do corpo. Não sorriam, mas apenas os olhos se moviam acompanhando a luz, esperando o julgamento, bastava que pensassem sobre tudo.

domingo, 29 de março de 2009

Confusões acerca de mim

Foi naquele mesmo dia que acordei pra vida, sabe? Corri tanto pela rua aqui da cidade de São Carlos que quase acabei com o meu coração. “Por quê?” eu sempre me perguntava. Era tão fácil, sabe, não correr riscos e continuar no conforto de uma asa. Esconder-me sem ter razão. Mas aqueles tempos de esconderijo me fez ter hesitação demais. Não suportei mais! Quisera eu que você pudesse-me ver escrevendo estas palavras, só pra sentir o que eu senti, somente para me ver como realmente sou e nunca se importou. Querido pai: você me perguntou recentemente por que eu afirmo ter medo de você. Você se lembra disso? Aquela carta me veio como uma fincada no extremo sul do coração, me dando a impressão de que o mar estava cobrindo meus pés como a uma formiga sendo engolida pelas minhas maldades. É simples lhe responder a isso. De quantos piões no chão eu preciso pra levar uma cintada? Quantas palavras doces eu ouvia antes de uns xingamentos? Quantas pipas nós soltamos antes e depois de sua bebedeira? Os seus olhos eram ameaçadores! E suas narinas exalavam dúvidas no ar como se fosse escapamento liberando fumaça preta de raiva. Ah meu pai, o medo não só ficou lá traz... só pra saber... como me fez amar meu filho como se ele fosse única jóia rara na face da Terra, pois a ele não pretendo negar nem mesmo um passeio no quintal... não é mesmo?
Sabe aquele dia em que a mamãe morreu por conta da faca? Estava em suas mãos, mas nunca lhe disse, nem a polícia descobriu. Sua cabeça estava tão dominada que seu coração era uma pedra imensa... inóspita aos olhos humanos. Neste dia eu fugi, pois sem mamãe o medo iria ser cada dia mais abrasador e me faria um ser – humano cada dia mais triste... e talvez nem chegasse a ser poeta. Neste dia minha vida começou, sem os carinhos e as brincadeiras de bola, mas começou para as brincadeiras de bola e os carinhos do filho que ainda iria nascer como parte de mim.

segunda-feira, 9 de março de 2009

A maldição de Antony

Deu passos suaves através do estreito corredor na esperança de que ele não acordasse, mas a velhice do taco da casa de Antony, construída em 1956 pelo então ilustre arquiteto Loreen Di Grate, rangeu como um cão ladrando à sua inesperada presa. Ele abriu os olhos. Ela o escutou, pois o silêncio que se seguiu após sua pisada foi extremo. Carina sentiu sua espinha gelar desde a primeira vértebra. Era perigoso que o Sr Antony acordasse subitamente, pois seu estado se agravava a cada susto. Ela fechou os olhos e rezou.
A casa, já acocorada pelos imensos prédios, se resguardava na penumbra daquela maldição da dona Mere, esposa de Antony. Por conta de suas escapadas ela o trancou a sete chaves dentro de seu próprio ser fazendo com que tivesse medo de olhar à própria sombra. Somente Carina, sobrinha e filha adotiva de seu falecido irmão, Malec, o escoltava pelos cantos da horrenda. Ele se levantava todas as noites às vinte e três e cinqüenta e nove, tinha medo. Lembrava sempre das palavras de seu pai, "Tenha coragem e siga em frente, meu filho" e sua mãe logo emendava, "Não tema aquele ser!" Antony se agachava junto ao cão desmaiado e cochichava com ele, "Você está vendo esta mão aqui – e mostrava a mão ao cão – já deliciou muita pele sedosa, mas hoje... hoje... – hesitou – hoje não segura nem o mijador direito. Que merda de velhote! – largou o cão e se dirigiu à porta".
Carina ainda permanecia no corredor e ouviu o tio dar passos lentos. Logo que ele tocou a maçaneta ela se agachou e pôs a cabeça entre as pernas. Ele veio vindo pela estribeira e chutou os pés da moça.
- O que queres aqui ainda, maldita! – Antony gritou com prepotência na voz.
- Não sou ela, tio, eu só quero ajudar. – Carina tinha um gemido misericordioso junto com as palavras.
- Pois saia desta casa e me deixe em paz! – Nesta última foi ainda mais raivoso, tanto que chegou a tossir, por não suportar o timbre de suas roucas cordas vocais. – Vamos! Saia! – prostrou-se ante o corredor e manteve o braço e mão direitos esticados e apontando o olho da rua.
Carina levantou-se e correu, mas parou a meio caminho da porta e olhou para trás. O tio a encarava com austeridade e lá de longe fez um gesto indicativo com o braço novamente solicitando a saída da sua quimera. Foi-se.No meio tempo de um minuto que se seguiu e foi logo que ele se levantou, ele decidiu estragar tudo novamente. Era treze de fevereiro do ano corrente. Ele pediu a morte e a morte não veio. Carina sentada no canto do corredor segurou seu coração e pediu que ele não fosse até ali, onde ela morria, para tê-la como a um espúrio nada. E é nada de nada. E tanto fez mal a ela naquele mísero segundo que a morte resolveu por levá-lo, assim, instantaneamente, foi que Mere reapareceu quando a luz da cozinha foi acendida. Antony arregalou os olhos, estribuchou o corpo e caiu duro sobre o chão de piso português. A casa rangeu com força para que Carina ouvisse a morte do tio, mas era tarde... ela já tinha partido para sua vida...

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Vida vazia

Sérginho não tinha Deus no coração. Não. Ele não tinha e isto podia ser provado pela sua falta de caráter. Todas as vezes em que pensava em alguém, nunca era alguém certo! Não tinha as pessoas que deveria amar em sua vida. Assim ele sempre se perguntava. "Quanta sorte ainda tenho!" E mesmo assim ele não mudava. Coisas acontecem por acaso? A vida é celebrada por acaso? Talvez não. Talvez seja um leve toque no sopro do vento, quando você ajuda a soprar. Mas Deus não precisa de ajuda! É. Sérginho sempre se perguntava se deveria realmente existir sua sorte.
Não tão distante dali outra pessoa estava na luta. A certeza que João tinha nos olhos trazia para junto de si todas as pessoas certas, mas a sorte (que sorte?) era a vilã. Merecia estar no topo! No alto do seu próprio topo, que não é necessariamente o topo do mundo, mas é um topo.
João vivia cada dia como se fosse o último. Já Sérginho sempre esperava pelo dia seguinte (o último?). João perseguia sua vida com amor, seu amor. Sérginho era prepotente e tinha a certeza de que o amor sempre viria pra ele da pessoa a quem Deus ("que Deus?" - ele ainda se pergunta) o confiou.
"Onde estou cá neste escuro céu de março? Cada dia me faz pensar que pode ser mais e mais, mas onde estou? Este nó que trava minha garganta, com estas lágrimas retraídas e meus olhos tapados." - Sérginho conversava consigo mesmo. Estava sentado em seu sofá macio na cor rubi. Paralelamente lia uma edição mensal de sua revista favorita (e não adequada ao estilo de vida que deveria ter - cabe aqui esta informação) para ser mais disposto lá fora. Os cachorros latiam lá fora e em determinada hora ele não mais se concentrava em sua leitura e nem se lembrava do que havia pensado anteriormente.
Aqui começa sua vida. O como ela se desenvolve. Falta fé (em Deus?) e falta perseguição.
João acorda tão cedo que não dá tempo de ler coisas banais. Este merecia estar em sintonia com o sucesso!