─ Estão aqui! – Agnes sussurrou com a voz intensa – Observe aquelas nuvens, como que o céu está sendo rasgado por uma espécie de átrio.
E o céu estava sendo rasgado misturado a um som extremamente surdo. Um livro despencou do sol, mas o fez escurecer tão rapidamente que choveu. Melanis cobriu os olhos quando viu que muitos olhos despontavam do céu para admirar a Graça e a Paz daquele que foi a referência desde Sempre. O clarão foi muito forte!
─ É normal estarem todos aqui? – Melanis perguntou pra Agnes sem tirar os olhos da sua ferida aberta.
─ Não sei se é. Corre, corre Melanis. Vamos! Levante-se!
─ O que está havendo?
─ Veja este fogo! – o livro estava a postos a meia altura da cruz.
─ Precisamos voltar, pois Deus não vai querer saber de nossa vinda, mesmo que por causas científicas. Quebrar a linha do tempo nos fez envelhecer e logo teremos que prestar contas.
Agnes estava em transe. Os dois corriam depressa, mas não se afastavam nem um pouco do local sagrado.
─ Pare Melanis! Veja o livro, como está ainda mais brilhante! Será o original que pertence a Deus?
─ Agnes, este livro pertence aos homens mais raros. Talvez nenhum deles sequer esteja vivo. Não como nós pensamos estar, mas sim na forma que Deus lhes deu luz e força sem limites e a mesma força e luz que deu a seu maior Amor que ora parece morto e ora sabemos que dois mil anos não são suficientes, para que saibamos que nunca esteve morto!
─ Vamos! Vamos embora! Agnes! – Melanis gritou, mas já era tarde.
No deserto os dois corpos estavam atirados e sem rumo. Não eram raros, nem por atravessar a linha do tempo. Vir de 2009 para o ano de Cristo! Nunca! O sol apenas os queimava, mas a mesma luz estava no alto e as páginas eram viradas rapidamente e um canto ecoava em coro. Não tinham movimentos em parte nenhuma do corpo. Não sorriam, mas apenas os olhos se moviam acompanhando a luz, esperando o julgamento, bastava que pensassem sobre tudo.